Minas Gerais registra 72 casos confirmados para a febre oropouche. Em quatro dias, os diagnósticos tiveram um salto de 1.700% — antes eram quatro. As análises das amostras foram realizadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG). No total, foram verificadas 427 amostras de casos suspeitos não detectáveis para dengue, zika e chikungunya. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) havia informado nessa segunda-feira (3 de junho) que existiam 74 casos confirmados da enfermidade no Estado. No entanto, nesta terça-feira (4 de junho), a pasta voltou atrás e informou que o número correto é 72.
A Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG) informou que as amostras foram coletadas entre os meses de março e abril deste ano. As análises, por sua vez, ocorreram em maio. Veja a relação de cidades com diagnóstico confirmado e a Unidade Regional de Saúde (URS) à qual pertencem:
- 1 caso em Congonhas - URS Barbacena
- 1 caso em Gonzaga - URS Governador Valadares
- 2 casos em Ipatinga - URS Coronel Fabriciano
- 26 casos em Coronel Fabriciano - URS Coronel Fabriciano
- 30 casos em Joanésia - URS Coronel Fabriciano
- 1 caso em Mariléia - URS Coronel Fabriciano
- 11 casos em Timóteo - URS Coronel Fabriciano
A pasta esclareceu que, até o momento, os casos confirmados concentram-se, em grande maioria, no Vale do Aço. Apesar disso, a SES-MG vem acompanhando a evolução e está conduzindo a devida investigação epidemiológica no Estado, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas).
“Minas Gerais não registrou casos ou óbitos por febre oropouche até o ano de 2023”, afirmou em posicionamento.
O que é a febre oropouche?
A febre de oropouche é uma zoonose causada pelo vírus oropouche, que foi diagnosticado no Brasil na década de 1960. Trata-se de uma doença já conhecida, que tem circulado na região amazônica nos últimos dez anos.
É transmitida aos seres humanos principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, inseto que tem um ciclo silvestre e um ciclo urbano.
O vírus que infecta os mosquitos circula entre hospedeiros mamíferos, como macaco, bicho preguiça e seres humanos.
Quais são os sintomas da oropouche?
O quadro clínico de febre oropouche é muito parecido com o da dengue e o da chikungunya. Incluem febre, dor no corpo, cabeça, artralgia (dor nas articulações), mialgia (dor muscular), calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos - que podem durar até uma semana.
Uma pequena parte dos pacientes pode apresentar complicações neurológicas, como inflamação do cérebro (encefalite) ou da membrana que o envolve, a meninge (meningite).
Quais são os tratamentos e cuidados?
Para os pacientes com casos suspeitos, além dos cuidados gerais de repouso e hidratação, é recomendado usar repelente e ficar em ambiente climatizado com ar condicionado para evitar que sejam picados por outros mosquitos no período de viremia (circulação do vírus no corpo).
Com Danielle Castro / Folhapress