OPERAÇÃO

Suspeito de propagar o nazismo em redes sociais é preso na Pampulha, em BH

Jovem de 21 anos era de São Paulo, mas vivia há 10 anos na capital mineira com a família; ele criou um grupo com outros neonazistas, que ainda são investigados

Por José Vítor Camilo
Atualizado em 27 de fevereiro de 2025 | 14:26

Após criar páginas nas redes sociais para tentar encontrar novos membros para um grupo neonazista, um jovem de 21 anos acabou preso na última quarta-feira (26 de fevereiro) em uma operação da Polícia Civil. O suspeito foi preso na casa onde ele vivia com a família, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A investigação continua para tentar identificar outros integrantes do grupo criado pelo mineiro.

O criminoso, que responderá pelos crimes de racismo e associação criminosa, mantinha um grupo no aplicativo WhatsApp chamado "Götz von Berlichingen", que faz referência a uma divisão de infantaria da SS nazista que atuou na França durante a 2ª Guerra Mundial. 

"Nossa inteligência, com monitoramento das redes, obteve informações de indivíduos estariam, desde 2023, propagando conteúdo de apologia ao nazismo e conclamando outros a se filiarem a esse grupo. Com isso, iniciamos as nossas diligências policiais para identificar quem seria esse suspeito, que propagava ideais discriminatórios", detalha o delegado Arthur Benício, da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos.

A operação cumpriu um mandado de prisão temporária contra o suspeito e outros dois de busca e apreensão, sendo um deles no imóvel onde o rapaz morava com o pai, o avô e a bisavó, na Pampulha, e o outro na casa da mãe do suspeito, na cidade de Valinhos, em São Paulo. Nos imóveis, a instituição apreendeu um grande conteúdo de apologia ao nazismo, como etiquetas da suástica e da SS, além de toucas ninja, fardas militares, rádios de comunicação, munições e armas de airsoft. 

"As investigações continuam para tentar identificar os demais integrantes dessa associação criminosa para podermos, de fato, fazer com que todos eles sejam responsabilizados e punidos. Precisamos mostrar à sociedade mineira e ao Brasil como um todo que a internet não é um meio onde é itido qualquer propagação de conteúdo de ódio. A Polícia Civil atua ativamente no monitoramento e responsabilização de condutas discriminatórias", completou Benício. 

"Materiais eram para encenar 2ª Guerra", alegou suspeito

Ainda conforme a Polícia Civil, após a prisão, o suspeito confessou que compartilhava materiais de nazismo em suas redes sociais. Porém, ele alegou que os materiais apreendidos em sua casa seriam usados para "encenar" momentos da 2ª Guerra Mundial. Isso porque ele faz parte de um grupo de Airsoft - esporte onde os jogadores simulam conflitos com armas de pressão. 

Computadores, celulares, pen drive e HD externo também foram apreendidos e arão por perícia. Um livro de Ted Kaczynski, terrorista norte-americano que ficou conhecido como Unabomber, que já inspirou filmes e séries famosas. O criminoso ficou conhecido por enviar cartas com bombas para diversos lugares dos Estados Unidos. Com os atentados, ele matou três pessoas e feriu outras 23.