O transplante de medula óssea do pequeno Enzo Veiga Guimarães, de 4 anos, que morreu nesta quarta-feira (11 de junho), em Belo Horizonte, vítima de uma condição raríssima, estava agendado para o dia 9 de julho. A informação foi confirmada ao jornal pelo Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que manifestou profundo pesar pela morte do garoto.
Segundo o Redome, a busca por um doador de medula óssea compatível com Enzo — que sofria de deficiência de purina-nucleosídeo fosforilase — foi iniciada no dia 24 de março de 2025. Em 22 de abril, todos os testes confirmatórios com um doador 100% compatível foram concluídos, e os resultados foram imediatamente informados à equipe médica responsável pelo paciente.
No dia 8 de maio, o Redome recebeu a prescrição formal do transplante e, seis dias depois, confirmou com a equipe médica a disponibilidade do doador. “Após a confirmação, foram realizados os ajustes necessários de datas, respeitando a logística de coleta, a disponibilidade do doador e a agenda do centro de coleta. No dia 23 de maio, a equipe médica foi informada sobre o agendamento da coleta para transplante, marcado para o dia 9 de julho”, informou a instituição.
A entidade reforçou que todo o processo foi conduzido com a máxima urgência e empenho, dentro dos protocolos técnicos e operacionais que garantem a segurança do paciente e do doador. Além disso, o Redome reiterou que o cronograma do transplante foi comunicado de forma prévia e teve o consentimento da equipe médica que acompanhava o pequeno Enzo.
“Apesar do desfecho extremamente triste, reafirmamos que o Redome atuou com celeridade e responsabilidade em todas as etapas do processo, buscando viabilizar o transplante no menor tempo possível, sempre priorizando a segurança e a viabilidade do procedimento”, destacou a instituição.
Qual o posicionamento do Hospital das Clínicas?
O Hospital das Clínicas da UFMG, istrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), lamenta profundamente a perda do paciente Enzo e se solidariza com sua família e amigos. Em respeito às leis de proteção de dados pessoais, a instituição não divulga informações sobre pacientes.
Há 43 dias, foram identificados doadores compatíveis com o paciente no banco de doadores do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). O paciente se encontrava em tratamento preparatório, com o objetivo de reunir condições clínicas para se submeter ao transplante, que estava agendado para o início de julho.
É importante ressaltar que, há quatro anos, a triagem da doença rara que acometeu Enzo não era coberta pelo Teste do Pezinho, o que resultou em um diagnóstico tardio. Com a recente ampliação da Triagem Neonatal, já é possível detectar essa doença nos primeiros dias de vida das crianças afetadas e iniciar o tratamento imediatamente, o que aumenta significativamente as chances de cura.
Relembre o caso
Enzo, assim como a irmã Antonella, apresentou sintomas de gripe que não avam com medicamentos. Com o tempo, ele sofreu perda de coordenação motora e ou a se alimentar por sonda.
Exames genéticos trouxeram à tona a enfermidade do menino. A única chance de salvar a criança seria por meio do transplante de medula óssea, que deveria ser feito nas semanas seguintes.
A doença é tão rara que, no Brasil, há menos de 30 casos registrados. Nos Estados Unidos, são cerca de 100.