Escolas municipais de Belo Horizonte tiveram o funcionamento afetado devido à paralisação dos professores, que acontece nesta quinta-feira (5 de junho). A interrupção ocorre para a realização de uma assembleia da categoria, que pode declarar greve a partir desta sexta-feira (6 de junho). A votação está marcada para às 14h, na Praça da Estação. A categoria reivindica aumento salarial e melhores condições de trabalho.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-REDE/BH), a paralisação ocorre para avaliar a proposta de aumento salarial de 2,49% apresentada pela prefeitura da capital a representantes da entidade. No documento, o Executivo também prevê reajuste do vale-refeição em 2,49%, retroativo a maio, aumento do valor do vale para R$ 60,00 no mês subsequente à aprovação da lei, e possibilidade de avanço de um nível na carreira por escolaridade.

Para o sindicato, a proposta está abaixo do esperado pelos trabalhadores. Isso porque o índice de reajuste está abaixo da inflação acumulada dos últimos 12 meses e é o menor entre as cidades da região metropolitana, como Santa Luzia (8%), Ribeirão das Neves e Vespasiano (6,27%). A entidade cita ainda que o aumento proposto está abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério (6,27%).


Na EMEI Sabinópolis, no bairro Carlos Prates, região Noroeste de BH, os alunos estão sem aula nesta quinta-feira Foto: Arquivo pessoal 

A previsão, segundo o sindicato, é que a categoria vote a favor da greve, caso a PBH não apresente nova proposta. Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a proposta de reajuste salarial prevê 100% de recomposição da inflação acumulada entre janeiro e abril de 2025. O Executivo esclarece ainda que a memória de cálculo foi definida com base na inflação de janeiro a abril e não retroage a 2024. "O índice de correção de 2,49%, conforme o INPC, será aplicado de forma retroativa a maio e contemplará tanto os servidores ativos, quanto os aposentados e pensionistas. A recomposição incidirá sobre os salários, vencimentos, gratificações, abonos e benefícios", explicou.

Durante agenda em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, o prefeito de BH Álvaro Damião (União) garantiu que está aberto a negociação com a categoria. "Claro, sempre há chances de negociação. Estamos conversando com eles. A palavra é essa: negociar. É preciso entender o que eles querem e o que a prefeitura pode oferecer. Nós temos que assumir responsabilidades; querer dar algo é uma coisa, poder dar é outra. Estaremos sempre abertos ao diálogo, porque temos muito carinho pelos nossos professores", afirmou. 

A reportagem questionou a PBH sobre o número de escolas afetadas pela paralisação desta quinta-feira (5 de junho) e aguarda retorno.