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Fiemg inaugura centro de inovação em terras raras na Grande BH
inauguração ocorre dois anos após a aquisição do terreno pela entidade por R$ 35 milhões
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) inaugurou, nesta quinta-feira (22), o Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte. A inauguração ocorre dois anos após a aquisição do terreno pela entidade por R$ 35 milhões.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, destacou a relevância geopolítica e econômica do novo centro, ressaltando a importância de diversificar a produção mundial de terras raras, hoje concentrada majoritariamente na China. “Estamos inaugurando muito mais do que uma nova estrutura física. Este é um investimento estratégico para Minas Gerais, para o Brasil e, na minha visão, para toda a indústria ocidental. O domínio da cadeia produtiva das terras raras é um tema central. Desenvolver essa capacidade fora da China é fundamental”, afirmou.
Para Roscoe, a nova estrutura representa um marco rumo à autonomia tecnológica nacional. “As terras raras serão, sem dúvida, um dos grandes vetores de desenvolvimento de Minas Gerais. Vamos trabalhar para que toda a cadeia produtiva — da pesquisa à manufatura — seja estabelecida aqui, em território mineiro. Esses elementos são essenciais para a transição energética, para a inovação e para a soberania tecnológica do Brasil”, completou Roscoe.
O prefeito de Lagoa Santa, Breno Salomão (Cidadania), também destacou a relevância do empreendimento, não apenas para Lagoa Santa, mas para o país. “É um privilégio imenso termos aqui o primeiro laboratório do hemisfério sul dedicado ao processamento de terras raras. Trata-se de uma estrutura única, que coloca Lagoa Santa em uma posição de destaque no cenário científico e industrial. Saber que estamos contribuindo para o domínio da tecnologia e da pesquisa é motivo de muito orgulho”, disse.
Infraestrutura
O CIT SENAI ITR abriga o LabFabITR — o primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do hemisfério sul. Implantado pela Codemge entre 2015 e 2023, o empreendimento ou a ser operado pela Fiemg em dezembro do ano ado, com gestão integrada ao CIT SENAI. A estrutura conecta-se aos demais laboratórios da instituição em áreas como química, metalurgia, processamento mineral, ligas especiais e meio ambiente, promovendo sinergia entre pesquisa aplicada e inovação industrial, segundo a federação.
As terras raras formam um grupo de 17 elementos químicos — os 15 lantanoides, além do escândio e do ítrio — com propriedades únicas. São fundamentais na fabricação de ímãs permanentes, catalisadores, componentes eletrônicos, iluminação, superligas, cerâmicas avançadas, aplicações médicas e supercondutores. Esses elementos estão no centro de tecnologias estratégicas como energia limpa, mobilidade elétrica, defesa e eletrônica.
Apesar de relativamente abundantes na crosta terrestre, sua extração e separação são complexas e custosas. O Brasil, no entanto, detém cerca de 23% das reservas conhecidas no mundo, com jazidas promissoras em Minas Gerais, Goiás, Amazonas e Bahia. Consolidar uma cadeia produtiva nacional — da mineração à industrialização — representa uma oportunidade única de gerar empregos qualificados, agregar valor à economia e posicionar o país de forma soberana no cenário global.
Nos últimos 18 meses, o CIT SENAI ITR firmou Memorandos de Entendimento (MoUs) com importantes empresas nacionais e internacionais, como Meteroric, Viridis, Viridion, Aclara, BBX, ST George e AXEL REE. Os acordos visam o desenvolvimento conjunto de tecnologias, testes industriais e práticas sustentáveis de exploração.
A instituição também está próxima de formalizar o projeto estruturante MagBras, que reunirá 28 empresas e seis Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), além do próprio CIT SENAI ITR. A iniciativa cria uma rede robusta de pesquisa e desenvolvimento com foco em soberania tecnológica, inovação industrial e sustentabilidade.
“Com a inauguração do CIT SENAI ITR, Minas Gerais reafirma seu protagonismo no avanço científico e industrial do país e dá um o decisivo para transformar seu potencial mineral em tecnologia, inovação e desenvolvimento de alto valor agregado”, frisou a Fiemg.