A Unimed-BH, maior cooperativa de saúde de Minas Gerais, anunciou no último mês a incorporação da Unimed Sete Lagoas. Com o movimento, a operadora amplia sua área de atuação para 46 municípios, ando a contar com mais de 5,5 mil médicos cooperados e 1,55 milhão de beneficiários. Além disso, em nova fase de expansão, a rede inaugurou o Horizontes Hub — espaço dedicado à inovação aberta e a novos negócios para a saúde no edifício-sede da Unimed-BH, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O diretor-presidente da Unimed-BH, Frederico Peret, recebeu a reportagem de O TEMPO para uma conversa sobre o andamento dos investimentos anunciados. Confira:
Pergunta: Como a Unimed-BH tem investido para modernizar os serviços de atendimento aos clientes?
Frederico Peret: Eu queria trazer uma perspectiva histórica de como a Unimed-BH evoluiu ao longo dos anos. Em 2014, fundamos um centro de inovação que tinha o objetivo de, naquela época, trazer novos processos ligados à inovação e também à tecnologia, para que pudéssemos realmente modernizar, não só os processos istrativos da cooperativa, mas também nos prepararmos para tendências futuras. E o centro cumpriu esse objetivo. Ao longo desses mais de dez anos, ele pôde trazer tendências e fomentar aqui dentro uma série de ideias que vieram até dos próprios colaboradores e cooperados e que hoje são realidades. Mas havia a necessidade de evoluir, e aí tomamos a iniciativa, a partir de 2022, de transformar o centro em um Hub de Inovação.
É uma oportunidade não só de continuarmos desenvolvendo e trazendo inovações para os clientes e cooperados, melhorando todos os processos de atividade, mas também de ampliarmos a nossa participação nesse mercado. E isso não só trazendo novas ideias, novos parceiros, mas também com novos negócios de marketplace de tecnologia em saúde.
Pergunta: De que forma a tecnologia implantada no Hub de Inovação chega ao cliente e cooperado"{
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F.P.: O Horizontes Hub não é somente um espaço físico. Além de trazer esse o à tecnologia, ele é um ambiente de conexão, que é o que nós chamamos de inovação aberta. E esse espaço vai trazer realmente conexões entre os clientes, cooperados, empresas, startups e outros parceiros potenciais. Esse ambiente pode ser ado por quem quiser participar dessa grande iniciativa. E aqui dentro, é um lugar também de experimentação. Então temos a oportunidade de trazer clientes para que possam testar novas tecnologias que vão facilitar a vida deles, com o autocuidado em saúde, atividade física, alimentação, dentre outros. Também trazemos soluções que estão muito ligadas a melhorar cada vez mais o maior valor que temos em saúde, que é a nossa conexão do cliente com o profissional de saúde.
Toda a tecnologia antes de vir para a esteira de produção para se tornar uma realidade, ela a por um processo de cocriação. E por que isso? Porque nós trazemos as pessoas para poder opinar e ver se aquela tecnologia vai fazer sentido na outra ponta. Então, além da preocupação de trazer uma tecnologia ética, adequada e validada, há a preocupação de melhorar cada vez mais a conexão entre as pessoas. Num mundo tão digitalizado, tão virtual, a gente está falando de conexões humanas. Parece ser um paradoxo, mas não é.
Pergunta: No fim do último mês, a Unimed-BH anunciou a incorporação da Unimed Sete Lagoas. Como se deu e o que motivou essa movimentação?
F.P.: Um ponto importantíssimo para que pudéssemos levar a Unimed-BH para Sete Lagoas é o potencial da cidade e região. Nós acreditamos no crescimento do mercado de saúde local. Ao longo desses anos, viemos conversando com a cooperativa de Sete Lagoas, de forma muito alinhada e respeitosa para que pudéssemos fazer essa sinergia. No sistema cooperativo, bem diferente do que nas empresas de mercado — que você tem as fusões e aquisições de uma forma um pouco mais rápida — no sistema cooperativo é um pouco diferente, porque quem toma a decisão final são os sócios e cooperados. Então nós tivemos que ar por decisões de assembleias antes de trazer empresas especializadas para análises da cidade, da economia e jurídicas de todo esse processo.
Agora precisamos ter uma aprovação desse processo na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O prazo é de 30 a 90 dias. Atualmente, estamos num momento em que as nossas equipes estão conversando, têm feito visitas recorrentes para poder fazer todo esse alinhamento. É uma fase de transição, então por enquanto não mudou nada para clientes e cooperados. Mas a partir do momento que tivermos a aprovação da agência e os devidos registros, haverá a incorporação, e a Unimed-BH ará a ter 46 municípios na sua área de atuação, somando-se as 12 cidades que estão na área de influência de Sete Lagoas. Nós acreditamos muito no sucesso dessa incorporação e cremos que poderemos contribuir muito para a sociedade, porque quando a Unimed-BH faz uma expansão em algum território, quando criamos algum hospital ou incorporamos outra cooperativa, além de estarmos nos posicionando como parceiros da saúde daquela região, também levamos todos os programas para a população. E aí não estou falando só dos clientes só, mas da sociedade em geral, que podem usufruir das atividades relacionadas ao Instituto Unimed-BH, nosso braço sociocultural e também de outras ações ligadas ao bem estar das pessoas.
Pergunta: Uma demanda recorrente de clientes de Sete Lagoas é que eles precisavam se deslocar para BH para determinados atendimentos especializados. Com essa incorporação, muda algo neste sentido?
F.P.: Estamos analisando bem a carteira de beneficiários de Sete Lagoas para entender a condição de saúde das pessoas, a estrutura que existe lá, para que os clientes não tenham necessidade de se deslocar para Belo Horizonte. O o hoje às especialidades e à própria assistência tem mudado muito. Na Unimed-BH estamos trabalhando cada vez mais com o cuidado híbrido. Muitas vezes, as pessoas podem cuidar da sua própria condição de saúde sem precisar ter tanto deslocamento, como é comum hoje. Muito do que a gente está desenvolvendo e incrementando é nesse conceito também, porque só para você ter ideia, cerca de 80% da cartela de clientes da Unimed-BH são pessoas elegíveis para consultas de rotina e autocuidado, e não para urgência ou necessidade de ir com frequência ao médico. Então, tudo isso está sendo levado em consideração.
Pergunta: A respeito dos demais investimentos da Unimed-BH em andamento — como os novos hospitais em Contagem e Betim — há alguma novidade?
F.P.: O momento agora é de consolidação de alguns investimentos importantes. Estamos numa fase bem adiantada do hospital em Contagem, que vai trazer um impacto muito significativo para aquela região, e que vai facilitar com que a gente possa cada vez mais regionalizar o nosso cuidado. Isso é muito importante. A gente vai fazer inauguração progressiva, o hospital vai crescer ao longo do tempo, semelhantemente ao que foi feito em Betim. A previsão é que no primeiro semestre de 2026 já estejamos com boa parte do hospital em operação. Outro ponto, temos o investimento de um hospital de média complexidade em Nova Lima, aquisição que fizemos no ano ado e que tem planejamento de conclusão para 2027. E muito do que vamos trazer de novidade para os clientes e cooperados está ligado ao que estamos desenvolvendo aqui no Hub. Vocês vão ter oportunidade de conhecer e ver várias inovações, algumas com o uso ou não da inteligência artificial, que estamos trazendo para facilitar a vida dos clientes. Desde aumentar a facilidade de agendamento a disponibilizar programas para orientar melhor a pessoa na busca por serviços de saúde. A tecnologia tem que servir para isso.
Além disso, nas últimas semanas também fizemos um acordo dentro aqui do Horizonte Hub com a Abertta Saúde - autogestão dedicada aos empregados da ArcelorMittal no Brasil e seus dependentes. Essa parceria é para uma captação de R$ 60 milhões de investimento em negócios inovadores na área da saúde, com essa visão de trazer para o mercado soluções tecnológicas que façam a diferença na vida das pessoas. É uma iniciativa inédita. São duas operadoras de plano de saúde trazendo uma grande contribuição para o ecossistema de saúde.
