O Brasil sempre foi conhecido por suas riquezas naturais. Desta vez, porém, não é o minério que chama atenção — é o futuro. O Mineral-X, centro de inovação da Universidade de Stanford focado em minerais críticos, acaba de dar um o importante: indicaram o empreendedor brasileiro Gustavo Roque como o elo oficial no país. E isso diz muito sobre o momento que vivemos.
O mundo está em busca de minerais estratégicos — lítio, cobre, níquel — e o Brasil possui uma das maiores reservas. No entanto, a extração precisa ser feita de forma responsável e eficiente, exigindo novas abordagens baseadas no uso de inteligência artificial. É aí que entra o Mineral-X. E, com ele, o Brasil.
O momento é estratégico. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o setor projeta quase R$70 bilhões em investimentos no país entre 2025 e 2029 — um crescimento de 6,6% em relação ao ciclo anterior. O mercado está aquecido. E não apenas pelo valor dos minérios, mas pela urgência de uma mineração mais conectada com tecnologia, sustentabilidade e impacto social positivo.
Gustavo Roque irá promover a ponte entre empresas de mineração no país e um ecossistema global de pesquisa, tecnologia e inovação. O nome pode não soar familiar para todos, mas quem acompanha o setor já ouviu falar dele. Gustavo é co-fundador do Mining Hub, a primeira plataforma de inovação aberta da mineração no Brasil. Ele também ajuda a transformar a ideia de “pós-mineração” — aquele momento em que a mina encerra suas operações e fica o desafio social e ambiental — no planejamento de projetos de desenvolvimento sustentável.
Agora, tem mais um desafio. A missão de Gustavo é aproximar o setor mineral brasileiro das tecnologias de ponta do Stanford Mineral-X. Isso inclui o uso de inteligência artificial para acelerar a descoberta de novos depósitos, melhorar processos e reduzir impactos. A ideia é permitir que empresas atuem de forma individual ou em consórcio, com apoio técnico de um dos centros mais avançados do mundo.
Um caso de sucesso que ilustra o valor da abordagem do Mineral-X é a colaboração com a KoBold Metals, na Zâmbia. Utilizando técnicas avançadas de inteligência artificial, o centro de inovação desenvolveu um planejador sequencial inteligente que acelerou significativamente a descoberta de um importante depósito de cobre. Essa parceria não apenas facilitou uma definição mais rápida e eficiente das perfurações, como também serviu de base para o planejamento da mina.
Resultados igualmente impactantes foram alcançados com a Ero Copper, no Brasil: análises orientadas por IA otimizaram as operações de perfuração, reduzindo os custos de exploração e aumentando a produtividade. “Esses casos exemplificam o compromisso do Mineral-X em aplicar metodologias sofisticadas de IA para transformar os processos de descoberta mineral — tornando-os mais rápidos, econômicos e inteligentes”, explica Roque.