A greve de caminhoneiros transportadores de combustíveis, iniciada na madrugada desta segunda-feira (09/06), prossegue por tempo indeterminado. Os reflexos começam a ser sentidos nos postos, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). “Alguns revendedores da marca Vibra – antiga BR Distribuidora – estão trabalhando com o estoque a níveis extremamente baixos”, afirma nota da entidade.

Em um posto visitado pela reportagem na avenida Teresa Cristina, por exemplo, havia gasolina somente em uma bomba e, segundo o frentista, ela não duraria muito. O Minaspetro avalia que, caso a manifestação de caminhoneiros continue, há riscos de desabastecimento nos postos da bandeira Petrobras. Eles são cerca de 16% dos postos de Minas, de acordo com o sindicato.

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A entidade relata que os caminheiros em paralisação estão impedindo os motoristas da modalidade FOB (quando o dono do posto é o responsável pelo frete) entrem na distribuidora para realizar o carregamento. Imagens compartilhadas pelo Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) mostram dezenas de caminhões parados em fila próximo à base da Vibra Energia em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

Os caminhoneiros em greve reivindicam o cumprimento de duas leis. De acordo com o presidente da entidade, Irani Gomes, a Vibra e outras empresas não têm pago o piso mínimo de frete (determinado pela Lei 13.703/2018) ou o vale-pedágio obrigatório (Lei 10.209/2001).

“O frete tem sido pago, muitas vezes, 10%, 15% abaixo do mínimo. E o pedágio tem que ser pago antes de a viagem ser efetuada. Além de elas pagarem depois, só pagam 50%”, afirma o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes.

Questionada pela reportagem, a Vibra Energia afirmou que "está adotando todas as medidas necessárias para mitigar eventuais riscos de desabastecimento e atendimento a seus clientes" e que os contratos entre elas e as transportadoras estão vigentes e precisam ser cumpridos.

Ela também disse que “está sempre aberta ao diálogo individual com cada um de seus contratados, repudiando de forma veemente qualquer tentativa de combinação coletiva de preços que configuram, em tese, infração à legislação de defesa da concorrência, sujeita às sanções legais cabíveis, conforme estabelecido pelos órgãos competentes".