A força do olhar feminino expressas nas tradições regionais, na religiosidade, na poesia do cotidiano. É sob esta premissa que a exposição “Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará” convida o público belo-horizontino a mergulhar na estética de 11 fotógrafas e artistas da Amazônia, revelando a produção fotográfica de mulheres da região Norte do Brasil.
Em cartaz a partir desta quarta-feira (4) nas galerias do terceiro andar e no pátio do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB-BH), a exposição abarca mais de 40 anos de registros amazônicos e suas tradições a partir do trabalhos de artistas de diferentes gerações, mas que carregam em comum a poesia e a estética singular para mostrar as belezas do Pará e de toda a região.
“Registrar a Amazônia é, por si só, lutar pelo território”, destaca a diretora artística e curadora da mostra Sissa Aneleh. Doutora em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB), fundadora e diretora do Museu das Mulheres, em Brasília, Sissa conta que a exposição, além de apresentar o trabalho ainda pouco conhecido de diversas profissionais e artistas, aborda a fotografia afetiva da visualidade feminina amazônica e a potência estilística dessas artistas”.
“O conceito do trabalho partiu de uma base temática e histórica, demonstrando estilos e tecendo interpretação de gêneros da fotografia, entre subjetivo e objetivo, experimental e documental, de todo esse período retratado”, pontua a curadora, que criou a mostra a partir de um recorte de sua tese de doutorado.
A mostra exibe trabalhos das precursoras das décadas de 1980 e 1990: Cláudia Leão, Bárbara Freire, Paula Sampaio, Walda Marques e Leila Jinkings; da geração seguinte: Evna Moura, Renata Aguiar, Nailana Thiely e Nay Jinknss, além da nova geração, estampada na arte de Deia Lima e Jacy Santos.
Estímulos amazônicos
Além de mostrar cerca de 170 obras – entre fotografias, fotonovelas, jornais artísticos, vídeos e áudios –, a exposição também vai provocar no público uma imersão na Amazônia a partir de estímulos visuais e olfativos característicos da região.
No pátio do CCBB, uma oca abrigará a projeção do filme em realidade virtual “MUKATU’HARY” – “Curandeira”, em tupi –, com experiência em realidade expandida. Baseado em um ritual real, o curta conduz o visitante a uma aldeia indígena de paisagem milenar, para uma imersão na musicalidade e nos rituais ancestrais de cura de Maputyra Guajajara.
Em outro ambiente, uma instalação aromática, inspirada nas mulheres guerreiras indígenas Icamiabas, completa a experiência com seis composições aromáticas produzidas exclusivamente para a exposição, aproximando os visitantes dos cheiros e da história da Amazônia.
Serviço
O que. Exposição “Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará”
Quando. Desta quarta (4) a 28 de julho; visitação de quarta a segunda, das 10h às 22h
Onde. Pátio e Galerias do 3º Andar do CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários)
Quanto. Entrada gratuita, com ingressos disponíveis em ccbb.com.br/bh e na bilheteria física do local