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Chefs e cozinheiras falam sobre a presença da diversidade da culinária do Estado
Celebrado no dia 5 de julho, Dia da Gastronomia Mineira é uma data para frissar sobre o protagonismo feminino nas cozinhas

Celebrado em todo 5 de julho desde 2012, o Dia da Gastronomia Mineira é uma data para voltarmos o olhar para dentro de casa. É que é impossível falar sobre a cozinha mineira sem mencionar a realização que acontece nas cozinhas das casas do Estado, primordial e historicamente comandadas pelas mulheres.
Por isso, ninguém melhor do que chefs e cozinheiras de Belo Horizonte para falar com a propriedade e a seriedade que merece o tema – irado e reconhecido nacional e internacionalmente. Não por acaso, elas vêm, há anos, contribuindo com sensibilidade e potência para o desenvolvimento, o reconhecimento e o fortalecimento de nossa cultura alimentar em Minas Gerais.
Mulher na cozinha
A gastronomia é um setor que, infelizmente, ainda é muito machista do ponto de vista de mulheres que também são chefs de cozinha. Muitos homens, que aprenderam a cozinhar com a mãe, a avó e outras mulheres estão à frente de cozinhas, negócios e ganham os holofotes. A presença da mulher na cozinha ainda enfrenta certa resistência, mesmo com avanços: a quantidade mulheres chefs de cozinhas reconhecidas em prêmios e listas internacionais, como o Guia Michelin e World’s 50 Best Restaurants, é infinitamente menor que a de homens. Elas ainda convivem com episódios de assédio físico e moral, e outras tantas injustiças estruturais.
Homenagem. Comemorado em todo 5 de julho desde 2012, o Dia da Gastronomia Mineira foi criado em homenagem ao nascimento do escritor Eduardo Frieiro, autor da obra “Angu, Feijão e Couve: Ensaio sobre a Comida dos Mineiros”, o primeiro livro de gastronomia dedicado aos sabores de Minas Gerais e seus modos, que foi lançado em 1966.
Bruna Martins - Birosca S2 e Florestal
“A diversidade da culinária mineira é um dos principais pontos de partida para que a gente possa defendê-la e falar que ela existe. Existem produtos artesanais mineiros que são diferentes uns dos outros, dependendo da região, e isso a torna muito diversa e muito única. No cenário feminino, precisamos levantar a bandeira de que essa comida é nossa, porque fomos nós, mulheres, que a perpetuamos. Nós temos um papel importante de ser protagonistas das tradições da comida mineira.”
Márcia Nunes - Dona Lucinha
“O que mais amo e valorizo na cozinha de Minas está na origem de sua formação. Nascida em ambiente montanhoso, distante do litoral e de ambição mineral, seus sabores resultam do encontro de três (ou mais) povos, continentes e raças. Esse fato lhe confere um inegável valor universal. Por ser fruto de uma síntese étnica, pode-se dizer que nossa cozinha nasceu múltipla de possibilidades. Gosto de ressaltar que temos prova disso com uma das mais apreciadas misturas de nossa gente: frango com quiabo e angu. Angu (feito do milho nativo); frango (europeu) e quiabo (africano). A cozinha de Minas acertou o seu tempero pela compreensão da síntese."
Juliana Duarte - Cozinha Santo Antônio
“A comida mineira é a comida da minha casa, da minha infância, da minha vida. Sou de Belo Horizonte, aqui a gente tem uma síntese de toda a diversidade da comida mineira. Aprendi a comer paçoca de carne com uma vizinha de Pitangui, a comer pequi com uma amiga de Montes Claros, a gostar de farinha de milho com a turma do Sul de Minas e a colocar de tudo no prato, da comida da roça à comida do mundo. Esse jeito de transitar entre o local e o universal é muito um jeito de Minas. Guimarães Rosa disse que Minas é encruzilhada, e na comida podemos perceber isso, há aqui um encontro histórico de muitas culturas. E há principalmente um gosto em cuidar da comida, faz parte da nossa identidade esse jeito de compartilhar a mesa, de fazer carinho com comida, de ir no quintal apanhar umas folhinhas de couve, sentar na porta da cozinha e catar feijão, fritar um torresmo, encher linguiça, tomar um trago. É esse o repertório que me inspira, é a base da minha cozinha, tá no meu coração.”
Bruna Haddad - Zuzunely
"Aqui é terra de gente que sabe cozinhar muito bem, além de uma riqueza de ingredientes incríveis. Aqui, em Minas, temos uma variedade de queijos, solo propício para a produção desde uvas viníferas até azeitonas para a fabricação de azeites, sem contar a produção de queijos, geleias, pães... O povo mineiro também tem o conhecimento para transformar esses insumos em várias coisas diferentes. A gente precisa valorizar essa riqueza e fico triste de ver muitas pessoas à frente de restaurantes em cidades turísticas que não prezam pela riqueza que temos. Temos um milhão de possibilidades que não se encontram em nenhum outro lugar do mundo".
Mariana Gontijo - Roça Grande
"São diversos ingredientes que compõem a nossa cozinha. Pra mim o meu ingrediente mais importante e meu preferido é o milho e seus múltiplos derivados, como fubá de canjica, mimoso, pamonha... A banha de porco e a farinha também, que são a base da cozinha mineira e a base da minha cozinha também".