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O o à educação foi o ponto de virada para a professora Luana Tolentino, 40, que acabou de concluir seu doutorado na UFMG. Ela não seguiu a profissão da mãe, que sempre trabalhou em serviços domésticos e como cozinheira. “Antes de ser professora, eu até cheguei a trabalhar como doméstica, babá e experimentei todas as humilhações que essa profissão ainda nos impõe. Pertenço a uma geração de mulheres negras que, em função da educação, têm tido condições de romper com essa profissão à qual nós somos empurradas”, diz a educadora e escritora.
A mãe dela, Enelita Canuto, não teve as mesmas oportunidades. “Tinha vontade de ir para a escola, mas meu pai não gostava que a gente estudasse. O meu desejo era o de ter uma vida melhor, ter filhos e dar uma vida melhor para eles”, conta a mãe de Luana.
E ela conseguiu. Só com o primeiro ano do ensino fundamental, Enelita formou os três filhos: uma professora, um enfermeiro e uma nutricionista. E, agora, aos 70 anos, voltou para a sala de aula. “Quero aprender um pouquinho mais, escrever melhor, para mandar mensagem no celular”, conta a mais nova aluna do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
O professor do Instituto de Economia da Unicamp, Anselmo Santos, afirma que, para entender as transformações no mercado de trabalho, é fundamental considerar como cada geração está inserida ao longo da história do Brasil. “De 1930 a 1980, o país saiu de uma economia cafeeira e virou um país industrializado com uma urbanização muito grande”, diz o professor.
Ele explica que, nesse período, o Brasil viveu um boom de mão de obra, impulsionado pela migração da população do meio rural para as cidades. Sem moradia própria ou rede de apoio, eles eram obrigados a se submeter a qualquer condição de trabalho. “Esses migrantes sem patrimônio, sem nada, precisavam trabalhar de qualquer jeito. Eles tinham cinco, seis filhos para sustentar. Hoje, a média de filhos por família é baixa. A migração rural-urbana já foi. Ou seja, como a população ou a crescer menos, não temos mais tanta força de trabalho disponível”, contextualiza Anselmo, que é pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit).
O professor também destaca outros dois pontos fundamentais para a mudança de perfil do trabalhador: os programas sociais de distribuição de renda e o o à educação. O primeiro garante ao menos o básico da alimentação. Já o ensino possibilita mais consciência e impõe limites de condições de trabalho e remuneração.
“Você acredita que a sociedade hoje é a mesma de 30, 40, 50 anos atrás? Quando os pais aceitavam qualquer condição, como ganhar uma mixaria, ir a pé para o trabalho ou usar um transporte precário, porque eles precisavam de qualquer coisa que lhes desse dinheiro para comer? Hoje isso diminuiu. Além disso, a proporção de pessoas que estão na universidade é muito maior”, analisa Santos, considerando o papel do estudo na formação de uma massa mais crítica.
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