Episódio 3 - A Chacina de Angueretá: Investigação interrompida pela ditadura

Policiais civis, bombeiros e dono da propriedade foram proibidos de continuar escavações em cisternas onde havia suspeitas de mais ossadas

À época da descoberta das 19 ossadas na Porto Mesquita, a fazenda pertencia a Joaquim Cordeiro Machado. Mas ele não sabia dos crimes cometidos em suas terras, que comprara quatro anos antes de um advogado. Este adquiriu a propriedade em 1970, de José Luís Figueiredo, o Zé Figueiredo.

Joaquim Machado conta neste terceiro episódio do podcast “A Chacina de Angueretá” que fez questão de acompanhar os trabalhos de remoção dos esqueletos. Também declarou que fazia questão de abrir todas as cisternas da propriedade, onde havia a suspeita de haver mais ossadas. Estava disposto a tirar dinheiro do próprio bolso. Mas uma “intervenção política” parou tudo.

A fazenda hoje é istrada por Luiz Otávio. Quinto dos sete filhos de Joaquim Machado, ele, que mora na propriedade, tinha 9 anos quando encontraram as ossadas. Luís lembra da chegada dos investigadores na madrugada de 25 de junho de 1975, do trabalho dos peritos e da ordem para interromper escavações que poderiam resultar no encontro de mais restos mortais.

👉🏻 O podcast 'A Chacina de Angueretá' é uma produção de O TEMPO. A reportagem completa está disponível aqui.

O espaço permanece aberto para manifestações de instituições e familiares das pessoas citadas. Informações sobre os crimes em Angueretá podem ser enviadas para renato.costa@otempo.com.br.

Sobre o Autor

Com agem por grandes veículos, ganhou os mais relevantes prêmios de jornalismo do país, como Esso, Embratel e Vladimir Herzog. Cobriu alguns dos principais eventos mundiais deste século, como a devastação do terremoto no Haiti e as Copas do Mundo no Brasil e na África do Sul. É autor de três livros reportagem: O Caso Pedrinho, O Povo da Lua e O Reino Eremita. Este último, fruto de anos de pesquisa e visitas à Coreia do Norte, Coreia do Sul e China.