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Alimentos afrodisíacos realmente são eficazes? Veja o que dizem especialistas; confira lista
Ostras, chocolate e morango podem melhorar a performance sexual, mas não funcionam sozinhos
Alimentos que potencializam a performance no sexo nutrem a imaginação da humanidade há séculos. A palavra afrodisíaco, a propósito, vem de Afrodite, deusa grega criada entre 130 e 100 a.C, que representa o amor, a beleza e a sexualidade. Vira e mexe, este tema vem à tona cercado de curiosidade e dúvidas sobre a sua real funcionalidade.
Agora, a discussão ganhou novo fôlego após o ator João Guilherme, namorado da também atriz Bruna Marquezine, revelar que tiveram “uma das noites mais interessantes” depois de comerem ostras em um jantar harmonizado com vinho. “Saímos do restaurante para o primeiro lugar na casa para poder resolver isso, porque foi ótimo. E eu sei que tem muito a ver com o prazer que a gente sentiu naquela noite comendo, bebendo e tendo uma boa conversa”, revelou o ator em entrevista ao programa “Alma de Cozinheira”, comandado por Paola Carosella.
A ostra citada por João Guilherme é um dos alimentos mais conhecidos pelo seu poder afrodisíaco. Mas outros completam a lista, tais quais chocolate, morango, mel, açafrão, gengibre, melancia, maca peruana, sementes oleaginosas, camarão, pimenta, abacate, entre outros. Há quem insira esses ingredientes na dieta na expectativa de noites inesquecíveis, mas também há quem duvide da eficácia deles.
Afinal, os alimentos afrodisíacos realmente funcionam? A melhor resposta para esta pergunta é sim e não. Segundo especialistas ouvidas por O TEMPO, consumir afrodisíacos podem, sim, aumentar a libido. No entanto, isso não acontecerá da noite para o dia nem deve ser usado como único elemento para alcançar orgasmos melhores.
Além disso, não existem estudos suficientes que comprovem essa eficácia. “Então, essa ideia está muito mais baseada no empirismo e no conhecimento popular”, aponta a nutricionista especializada em saúde da mulher, Fernanda Larralde. Mas mesmo que esse tipo de alimento atue apenas pelo efeito placebo, vale a pena a tentativa.
“A mente manda – e muito! Costumo dizer que o cérebro é o maior órgão do prazer. Desta forma, se durante um jantar romântico, o prato principal forem ostras, e o chef ressaltar os efeitos afrodisíacos deste fruto do mar, não tenho dúvidas que o casal envolvido fará jus à lenda”, complementa a psiquiatra, sexóloga e terapeuta de casais Fernanda Araújo, embaixadora da marca de produtos eróticos A Sós.
Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, alimentos afrodisíacos podem melhorar a vida sexual porque “fornecem nutrientes que interagem com a química do corpo, otimizando o funcionamento no que diz respeito à função sexual.” “Temos que entender que tudo o que acontece no organismo é por meio de reações químicas, e, para que elas aconteçam, são necessários elementos presentes nos nutrientes. E a melhor fonte para obtê-los é por meio da alimentação. Então, quando consumo um alimento que fornece determinado nutriente, esse componente reage no meu corpo e influencia diretamente na melhora da libido. Por exemplo, existem alimentos com propriedades vasodilatadoras, que aumentam o fluxo sanguíneo. Sabe-se que, ao aumentar o fluxo de sangue, há maior irrigação sanguínea na região pélvica e íntima, o que intensifica a excitação”, explica a profissional.
A psiquiatra Fernanda Araújo ressalta como os afrodisíacos potencializam o desempenho sexual e a fertilidade como um todo. “Há aumento da produção e da qualidade de espermatozóides, de hormônios sexuais e da circulação sanguínea nos genitais”, indica Fernanda. No entanto, não basta comer esses ingredientes na esperança de que eles façam o trabalho sozinhos.
“A libido é multifatorial. Assim, não podemos achar que apenas fatores físicos e orgânicos são responsáveis pelo seu incremento. O que funciona é fazer uma mudança no estilo de vida, focando em uma rotina saudável, eliminando hábitos nocivos e desenvolvendo estratégias para se relacionar melhor com sua parceria amorosa”, acentua a profissional.
Também não dá para esperar que, comendo alimentos afrodisíacos hoje, a libido esteja nas alturas amanhã. “Achar que acrescentar um alimento esporadicamente na dieta vai mudar a vida sexual de alguém é mito”, assevera Fernanda Araújo.
Vale destacar também que os efeitos de um alimento no organismo são muito mais lentos quando comparados com o de uma medicação de alta concentração, por exemplo. “Então é interessante que você mantenha na rotina a ingestão dos alimentos afrodisíacos, que também têm outras funções, como anti-inflamatória e antioxidante e que fazem bem para o corpo de maneira geral”, complementa a nutricionista Fernanda Larralde.
Bebidas alcoólicas entram na lista de afrodisíacos?
Depende da quantidade. Uma taça de vinho pode funcionar como combustível para um sexo mais prazeroso, mas a bebedeira descontrolada tende a provocar efeito contrário. “O vinho é uma bebida que remete à sensualidade e a momentos de intimidade e está associado à libido. Para quem consome uma quantidade moderada, como uma taça, a bebida promove um maior relaxamento, o que muitas vezes favorece o aumento da libido. No entanto, é preciso ter cuidado, pois, dependendo da quantidade ingerida, o álcool pode ter o efeito oposto, prejudicando o desempenho sexual, especialmente para os homens. Além disso, o álcool pode reduzir a sensibilidade nas regiões íntimas, tanto masculinas quanto femininas, o que pode dificultar o alcance do orgasmo e impedir o clímax”, comenta a nutricionista especializada em saúde da mulher, Fernanda Larralde.
A psiquiatra reitera que o álcool pode ter “efeito antiafrodisíaco” e lista outros alimentos que podem causar o mesmo resultado, como carboidratos simples, açúcares, doces em geral, embutidos e alimentos hiper processados, ricos em gorduras trans e saturada.
“Vale lembrar que a qualidade reprodutiva humana está declinando. Estudos já mostram uma redução dos volumes testiculares bem como redução da quantidade e qualidade do esperma ejaculado e tudo isso está relacionado com a piora do padrão alimentar. Outro hábito a ser combatido é o tabagismo”, comenta Fernanda Araújo.
Confira lista de alguns alimentos afrodisíacos
Por Fernanda Larralde, nutricionista especializada em saúde da mulher
Açafrão
Contém curcumina, nutriente que favorece o aumento da sensibilidade na região pélvica
Gengibre
Contém gingerol, um nutriente que pode aumentar o fluxo de sangue para os órgãos genitais e sexuais
Mel
Pode estimular a produção de hormônios
Chocolate
Contém triptofano, o que pode estimular a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores que influenciam a reação sexual
Álcool (em pequena quantidade)
Pode aumentar a excitação, mas em maiores quantidades pode prejudicar o desempenho sexual
Sementes oleaginosas
Ricas em arginina, que aumenta a circulação sanguínea, e zinco, que aumenta a produção de testosterona
Melancia
Contém L-citrulina, um aminoácido que facilita a vasodilatação, que é importante para a saúde sexual
Camarão
Rico em zinco, que faz parte dos hormônios sexuais
Pimenta
Aumenta a circulação e é um agente excitante
Abacate
É rico em gordura benéfica, que é necessária para a síntese de hormônios, inclusive os sexuais