Comércio abre espaço para todas as gerações: 'há mercado para todo mundo'
Presidente da Fecomércio-MG, Nadim Donato fala sobre contratação de jovens e idosos e digitalização
O TEMPO entrou no debate sobre o futuro do trabalho com um caderno especial e uma pesquisa exclusiva sobre a intergeracionalidade, realizada pelo DATATEMPO/Fecomércio MG, que embasou o seminário “Conexões Profissionais: O Futuro do Trabalho entre Gerações”, promovido na última terça-feira, no Teatro Feluma. Integrante de um sobre a diferença entre gerações, o presidente do Sistema Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), Sesc e Senac, Nadim Donato, aprofunda sua perspectiva sobre as estratégias para se aproximar da mão de obra jovem e os modos como a tecnologia modifica o dia a dia do comércio.
Segundo a pesquisa DATATEMPO, a geração Z quer estabilidade, mas não tem problema em mudar de trabalho. O que o setor de comércio e serviços consegue oferecer para convencer esse trabalhador a ficar na empresa por mais tempo e se desenvolver?
Isso é inerente ao jovem. Ao mesmo tempo que ele quer segurança, quer ficar, ele também quer conhecer, ter novos desafios, aprender em um lugar para depois levar para outro o conhecimento e aprender mais. Aí vem a liderança. Ela precisa olhar qual é o perfil desse jovem, para o que ele tem uma tendência e dar a ele a oportunidade de crescer na empresa.
A Fecomércio-MG criou recentemente a Campanha 50+ para estimular a contratação desse público. Na sua perspectiva, quais são as vantagens desse trabalhador para o comércio?
Hoje, o comércio vive um momento difícil de contratação e tem que pensar em pessoas que estejam engajadas com o que ele representa. Muitas dessas pessoas estão com 50, 60, 70 anos e já trabalharam. Essas pessoas não perderão para um jovem. Há mercado para todo mundo.
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E sobre a tecnologia? Quais são os impactos?
O comércio pode usar a tecnologia a seu favor, sim, mas o contato pessoal é fundamental, principalmente para quem tem loja física. E vamos ser sinceros: qualquer empresa tem o seu valor no recurso humano. Não é na loja bonita. É o recurso humano que agiliza tudo isso. Então, esse contato pessoal, esse olho no olho, essa conversa, essa explicação sobre o produto, o detalhamento, tirar as dúvidas do cliente, recebê-lo com sorriso, levá-lo até a porta da loja; tudo isso são referenciais que não podem se perder.