Minas, Praia, o clássico 'Pão de Queijo' e o vôlei brasileiro
O favorito sempre ganha?
Seria a sétima final de Superliga consecutiva para o Praia Clube, mas o elenco 'bateu na trave' e foi parado pelo Sesi Bauru na semifinal. Agora, resta saber o destino do Gerdau Minas, que tem jogo decisivo contra o Osasco na sexta-feira, para saber se vai continuar brigando pelo título. Sem Final 'Pão de Queijo' pela primeira vez desde 2019.
No papel, o elenco do Praia é um dos mais valiosos da Superliga, junto do próprio Minas, Osasco e Rio de Janeiro. Aquela tal 'prateleira de cima'. Contra o Sesi, era o 'melhor time', e o paulista vinha sendo chamado de quinta força na liga nacional. Inclusive, se classificou em quinto lugar para os playoffs. O Flamengo mesmo, elenco estrelado, sequer avançou à semifinal.
Acontece que, no esporte, nem sempre o melhor time ganha. E que bom que é assim.
Dani Lins no auge aos 40 anos
A atuação do Sesi Bauru mostrou que o time, liderado por Dani Lins, se recusou a sair do ginásio sem a vitória e a vaga na decisão. Um time que não se rendeu. A atuação foi praticamente perfeita, com o bloqueio afiado que terminou com 16 pontos (8 só de Mayany. É muita coisa). O final do terceiro set talvez foi a maior 'prova de fogo', e o elenco bauruense respondeu à altura, segurando a ansiedade e fechando o jogo para não deixar o adversário sonhar.
Do outro lado, o jogo do Praia não encaixou, nem mesmo com as tentativas de Marcão de encontrar outra formação que fizesse a bola rodar. Acontece, como diz a música: 'Tem dias que a noite é f**a'.
É claro que para o Praia e a torcida praiana, não chegar na decisão da Superliga é uma chateação. Também é normal. Mas, para mim, os resultados mostram que o vôlei brasileiro, no naipe feminino, precisa caminhar para um equilíbrio que bota um ponto final em dinastias, como foi Rio x Osasco por 9 vezes consecutivas e Minas x Praia se encaminhava para repetir.
Em 2025, nenhum título (com exceção do Campeonato Mineiro, por motivos óbvios) foi decidido na tal 'Final Pão de Queijo'. Algo que não acontecia há muito, muito tempo. Minas caiu antes da final do Sula, ambos caíram na Copa Brasil, e agora a torcida minastenista aguarda o futuro do time na liga nacional. A frase 'nem sempre o favorito ganha' está se repetindo cada vez mais. E que bom que é assim.
A cada ano, o que eu mais quero é que mais projetos do voleibol levem o trabalho a sério, invistam não só em montar elencos, mas em montar times. Times competitivos e que se recusem a perder. A rivalidade, claro, sempre vai existir. E assim, o vôlei brasileiro vai crescer ainda mais.