OPEN MIND BRAZIL

O que Minas Gerais me ensinou sobre inovação

Valor da conversa autêntica para solução de desafios

Por Bruno Esteves
Publicado em 06 de novembro de 2024 | 07:00

Minha jornada em Minas Gerais foi decisiva para moldar minha identidade como profissional de inovação no mercado de tecnologia. Crescendo e vivenciando o cotidiano mineiro, aprendi lições que vão além da tecnologia e formam a base de qualquer processo inovador: a conexão genuína com as pessoas, a escuta ativa e a compreensão de seus problemas reais.

Em Minas, reunir-se à mesa para tomar um café não é apenas um hábito: é um ritual cheio de significado. É durante esse momento que as pessoas compartilham histórias, dividem angústias e, acima de tudo, revelam seus desafios de forma autêntica. Foi nessas mesas de café que compreendi que grandes ideias não surgem de laboratórios isolados ou escritórios fechados, mas do contato humano, do entendimento profundo das vidas e necessidades de quem está ao nosso redor.

Essa cultura de proximidade e diálogo sincero foi essencial para desenvolver uma habilidade crucial em meu trabalho: a capacidade de perceber o que está por trás de cada demanda. Muitas vezes, quem busca soluções tecnológicas não consegue expressar claramente o que precisa. Contudo, por meio de uma conversa autêntica, é possível captar nuances, identificar problemas não evidentes e criar soluções que de fato impactam.

É fácil se encantar com o dinamismo das novas tecnologias. Novas ferramentas, linguagens e plataformas surgem o tempo todo, e estar atualizado com essas tendências é vital. No entanto, a verdadeira inovação — aquela que transforma negócios e vidas — não se limita a avanços tecnológicos. Ela emerge da fusão entre técnica e compreensão humana, uma combinação que, a meu ver, é o maior diferencial de qualquer profissional da área. 

Embora a tecnologia evolua, a habilidade de escutar e compreender o que as pessoas realmente precisam permanece imutável.

Em Minas, a solução para muitos desafios começa com uma boa prosa – e acredito que esse princípio se aplica ao mundo corporativo também. Afinal, a tecnologia por si só é neutra; ela se torna poderosa quando é usada para resolver problemas humanos.

No ambiente tecnológico, no qual a mudança é constante, as ferramentas e metodologias continuarão a evoluir. Entretanto, a habilidade de se conectar verdadeiramente com as pessoas e compreender suas necessidades é o que permanece constante. É isso que faz a inovação sair do papel e se tornar uma força que impacta vidas e negócios de maneira significativa.

As montanhas, o ritmo tranquilo e as conversas ao redor das mesas de café em Minas Gerais me ensinaram que a verdadeira inovação começa e termina com as pessoas. E, para mim, essa é a essência da diferença. Até nosso próximo café.

(*) Bruno Esteves é director & head of Delivery Excellence LATAM & Canada da Cognizant e membro Open Mind Brazil