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COLUNA

Incineração de drogas apreendidas: compromisso com a vida e com a sociedade

Em Minas, essa prática é realizada com rigor e responsabilidade pela Polícia Civil

Por Rodrigo Bustamante
Publicado em 30 de maio de 2025 | 06:00

A incineração de drogas apreendidas vai muito além de um procedimento técnico ou burocrático – ela representa um avanço concreto na luta contra o tráfico de entorpecentes e seus efeitos devastadores sobre a sociedade.

Em Minas, essa prática é realizada com rigor e responsabilidade pela Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), refletindo o comprometimento do Estado com a segurança pública e a preservação da saúde coletiva.

Após a apreensão de substâncias entorpecentes – seja durante flagrantes ou ao longo de investigações mais complexas –, o material é encaminhado ao Denarc, onde a por um protocolo criterioso: é pesado, lacrado e submetido à perícia técnica.

Todo esse processo segue rigorosamente as disposições da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), que estabelece os procedimentos para destruição das drogas apreendidas, assegurando a legalidade, a transparência e a rastreabilidade de cada etapa. 

Laudo

A incineração propriamente dita ocorre somente após a emissão do laudo de constatação e da autorização judicial, com a devida comunicação ao Ministério Público. De acordo com a citada lei, essa destruição deve ser realizada no prazo legal e sob a presença de autoridades competentes, como membros do MP, representantes das forças policiais e, quando necessário, agentes da Vigilância Sanitária.

Mais do que cumprir uma exigência legal, esse procedimento evita riscos associados ao armazenamento prolongado de substâncias ilícitas, como contaminações, acidentes ou desvios. Além disso, ao eliminar fisicamente essas drogas, o Estado enfraquece a estrutura financeira do tráfico, impede o retorno das substâncias ao mercado ilegal e contribui diretamente para a segurança das comunidades.

Em 2024, o Denarc coordenou a incineração de mais de 11 toneladas de entorpecentes, entre maconha, cocaína, crack e outras drogas, representando um duro golpe às organizações criminosas que atuam em Minas.

Cada incineração simboliza a conclusão de um longo ciclo de trabalho investigativo e operacional, que envolve inteligência policial, atuação integrada com o Judiciário e ações coordenadas em prol da justiça.

Esse esforço contínuo vai além da repressão ao crime: trata-se de um compromisso ético com a vida, com a saúde pública e com a dignidade das pessoas. A destruição dessas substâncias é uma das formas mais tangíveis de proteger crianças, jovens e famílias dos impactos do tráfico e uso de drogas.

Símbolo de resistência

A incineração de drogas não é apenas um procedimento previsto em lei – ela se tornou símbolo de resistência contra a criminalidade, um ato concreto de proteção social e um importante marco na construção de uma sociedade mais segura.

O trabalho do Denarc mostra que, quando o poder público atua com firmeza, seriedade e coordenação, cada quilo de droga incinerado se transforma em um gesto de cuidado com o presente e de esperança para o futuro. Afinal, preservar vidas também é uma forma de fazer justiça.