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Mickey 17: Filme de Bong Joon-ho debate valor de uma vida em ficção científica com Robert Pattinson
Diretor de Parasita retorna com sátira futurista sobre trabalho, poder e identidade

O cineasta sul-coreano Bong Joon-ho está de volta com Mickey 17, uma ficção científica filosófica e provocadora, baseada no livro Mickey7 de Edward Ashton. O filme acompanha Mickey (Robert Pattinson), um jovem que deixa a Terra para participar de um programa de colonização espacial, assumindo a função de "descartável": toda vez que ele morre em uma missão perigosa, seu corpo é reimpresso, suas memórias recuperadas, e o trabalho continua.
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Uma sátira sobre exploração e desumanização
Fiel ao estilo de Bong Joon-ho, Mickey 17 é mais do que uma história sci-fi sobre clonagem e sobrevivência. É uma crítica afiada à exploração da força de trabalho em nome do progresso, discutindo até onde uma vida pode ser descartável (e até quando “vestir a camisa” é saudável) quando o sistema considera o indivíduo como peça substituível.
Além disso, o filme aborda temas como a colonização violenta, marcada pela destruição de territórios e das culturas nativas, e o desejo de uma elite por fundar uma sociedade “pura” em um novo planeta.
As práticas conduzidas por um líder caricato (Kenneth Marshall, de Mark Ruffalo), claramente inspirado em figuras políticas contemporâneas, ajudam a tecer comentários sobre ego, manipulação midiática e culto à personalidade.
E mesmo com sua ambientação futurista, Mickey 17 carrega alegorias bastante atuais. A crítica ao autoritarismo, a desigualdade entre as classes e ao uso da mídia e da tecnologia para manter estruturas de poder são temas centrais.
A narrativa também levanta reflexões sobre identidade: até que ponto alguém continua sendo a mesma pessoa após inúmeras reimpressões? Algo que o longa discute, quando introduz um problema no procedimento, levando à convivência entre dois Mickeys.
Brilho técnico
Fazendo tudo funcionar está a estética do filme: o design das naves, colônias e figurinos reforça uma atmosfera de desconforto e ironia — marcas registradas do diretor. Além disso, temos bons efeitos visuais, que auxiliam a dar credibilidade ao cenário futurista e espacial.
Outro destaque do filme é o design das criaturas alienígenas. A princípio estranhas, elas rapidamente despertam empatia, transformando a aversão inicial em uma genuína preocupação com sua sobrevivência. Abordagem que oferece uma releitura interessante da clássica narrativa presente em filmes como Avatar (2009), Pocahontas (1995) e Dança com Lobos (1990), onde o 'outro' deixa de ser ameaça para se tornar símbolo de resistência e humanidade.
Pontas soltas e tramas subexploradas
Apesar de suas qualidades, o longa pode não agradar a todos. Algumas subtramas e personagens tangenciam a história principal, mas não se desenvolvem de forma satisfatória. Há arcos que parecem promissores e acabam abandonados, o que pode frustrar quem busca uma experiência mais coesa.
As atuações também podem dividir opiniões. O tom satírico do filme exige interpretações mais exageradas, o que exige a aceitação do espectador. Ainda assim, o elenco se sai bem ao equilibrar humor com o peso emocional e as reflexões filosóficas propostas pela trama.
Um sci-fi provocador que merece atenção
Mickey 17 é um filme que desafia convenções do gênero e levanta discussões importantes sobre valor humano e estrutura social. Mesmo com suas falhas narrativas, é uma obra que pode ser impactante, com ideias instigantes — e um tempero de sátira política que Bong Joon-ho sabe aplicar como poucos.
Onde assistir Mickey 17?
Se você gosta de ficções científicas que provocam reflexão (e que não entregam tudo de bandeja), Mickey 17 chega amanhã (23 de maio) no catálogo da Max.
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