'Fuad não é meu prefeito, mas é democrata', diz Iza Lourença

Vereadora reeleita para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, Iza Lourença (PSOL) definiu Fuad Noman (PSD) como um "democrata" e disse que o prefeito da capital não seria o escolhido por ela. A parlamentar foi a convidada do Café com Política da FM O TEMPO 91,7 na manhã desta terça-feira (13 de novembro), quando analisou a reeleição do chefe do Executivo de BH.

Segundo Iza, a expectativa para o próximo mandato de Fuad é que ele continue com o trabalho já apresentado nos dois anos como prefeito. "Eu acredito que, muitas vezes, ele sinaliza para pautas democráticas, e isso é importante no contexto que a gente está vivendo. Inclusive, eu apoiei o Fuad no segundo turno por isso, mas ele não é o meu prefeito. Eu acho que tem muitas coisas erradas que Fuad faz também", declarou a vereadora.

A parlamentar mencionou a reforma istrativa apresentada por Fuad à Câmara em 30 de outubro, logo após a resultado das eleições, como ponto de elogio e crítica à atuação do prefeito. "Ao mesmo tempo em que a reforma cria a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, que é muito importante para combater a fome e que eu estou de acordo, ela dá mais poderes para a PBH Ativos, que é uma empresa que já foi alvo de I na Câmara. Já falei que, com essa parte, não tem condição da gente aprovar", afirmou.

"Fuad é um prefeito que eu acho que faz coisas positivas e coisas que não concordo. Eu caminho com independência para estar do lado que eu acredito que for melhor para a cidade de Belo Horizonte. Ele é prefeito, não é o meu prefeito, não é o projeto que eu acredito, mas é um prefeito democrata. Então, eu apoiei Fuad no segundo turno porque acreditava que do outro lado, com o candidato do PL, não era", disse a vereadora, antes de tecer críticas às propostas do deputado estadual Bruno Engler, que disputou o segundo turno. 

Na avaliação de Iza, Engler "não acha que as minorias políticas devem se expressar" e acredita "que as pessoas LGBTQIA+ têm que voltar para o armário". A parlamentar voltou a mencionar Fuad, ao afirmar que "pelos termos básicos, democráticos, de subsistência, de sobrevivência da população", ele será "um prefeito muito melhor do que a outra alternativa". Mas a parlamentar se comprometeu a "continuar fazendo oposição" ao que não acredita ser correto para Belo Horizonte.

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibrahim e Thalita Marinho.