POLÍTICA EXTERNA

'É uma política de cada Estado', diz ministro de Lula após EUA anunciar restrição de vistos oficiais

O ministro Mauro Vieira afirmou, durante sessão do Senado, que não acredita na restrição de vistos para autoridades que participam de reuniões multilaterais

Por Lara Alves
Atualizado em 28 de maio de 2025 | 17:09

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quarta-feira (28) que a política de concessão de vistos é competência de cada país.

Ele respondia à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados sobre a declaração do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que prometeu restringir os vistos para autoridades estrangeiras. Um dos alvos da medida seria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

"O Brasil não tem alianças, o Brasil não tem parcerias incondicionais. O principal é, sem dúvida nenhuma, o interesse nacional", afirmou Vieira. "A questão de vistos é uma política de cada Estado. O Estado toma a decisão de conceder ou de não conceder", completou. O chanceler analisou, entretanto, que bloquear vistos oficiais não é uma medida simples. 

"Quanto aos vistos oficiais, evidentemente, é preciso haver concordância para um encontro bilateral, mas, como eu disse, há casos e casos. Sobre os vistos para participantes em reuniões multilaterais, os acordos de sede obrigam o país a conceder. Portanto, isso não acontecerá", acrescentou o ministro.

A restrição de vistos para autoridades estrangeiras é a medida mais recente antecipada pelos Estados Unidos no âmbito de sanções dirigidas a outros países. Marco Rubio indicou que a América Latina será um dos alvos das restrições. 

A norma "permite ao secretário de Estado declarar inissível a entrada de qualquer estrangeiro que pode gerar consequências graves para a política externa dos Estados Unidos", segundo afirmou. Ele completou, ainda, que também serão vetadas as autoridades que adotaram medidas restritivas contra empresas de tecnologia, norte-americanos e residentes no país.