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Federação de boxe aplica teste e suspende atleta campeã olímpica

Medalha de ouro em Paris é suspensa com nova decisão da organização

Por Lance
Publicado em 31 de maio de 2025 | 09:29

A World Boxing, responsável pelo boxe olímpico, anunciou novas medidas para os atletas disputarem as futuras competições da modalidade na sexta-feira (30). Homens e mulheres agora terão que executar um teste genético para comprovação de gênero, a federação internacional declara que ação tem finalidade de “garantir segurança de todos os participantes e proporcionar uma competição com igualdade de condições para homens e mulheres”.

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Campeã olímpica de Paris, a argelina Imane Khelif pode sofrer com as novas condições. Dessa maneira, a boxeadora está suspensa pela World Boxing da categoria feminina até que o teste seja realizado. Com a punição, ela não disputará a Copa do Mundo de Boxe em Eindhoven, na Holanda, que ocorre entre os dias 5 a 10 de junho, e qualquer competição organizada pela entidade até que a comprovação. Durante as Olimpíadas de Paris, em 2024, Imane teve seu gênero contestado e viveu tempos difíceis com notícias falsas compartilhadas na época sobre ser uma mulher transgênero.

Seguindo as novas políticas da federação, um atleta que tem seu gênero contestado só poderá atuar nos campeonatos depois que tiver o teste realizado. No caso, o simples ato de ser contestado formalmente, já é motivo para suspensão.

— Esta decisão reflete preocupações com a segurança e o bem-estar de todos os pugilistas, incluindo Imane Khelif, e visa proteger a saúde mental e física de todos os participantes face a algumas das reações que foram expressas em relação à potencial participação da boxeadora na Copa do Mundo de Eindhoven — segundo o comunicado da World Boxing.

Informações sobre o teste genético

A World Boxing declara que o teste foi desenvolvido por uma equipe especializada em antidoping da federação e com membros de um comitê médico especializado. Segundo os desenvolvedores, a intenção é fazer que o teste de gênero mandatório seja uma forma de aprimorar como a modalidade se apresenta, a fim de garantir uma diversidade aplicada justificadamente para todos os envolvidos.

O atleta que for maior de 18 anos, pode participar de um campeonato da entidade após a realização de um exame PCR (reação em cadeia de polimerase), que comprove seu sexo biológico. Com amostras de sangue, saliva e coletas nasais, o material genético SRY é o responsável por detectar a existência ou não do cromossomo Y.

Para as categorias masculinas, os atletas que forem identificados como homens biologicamente, com o cromossomo Y presente no material genético, ou os que apresentarem diferença no desenvolvimento sexual nas margens do gênero masculino, estarão aptos a participarem das competições. Já para as categorias femininas, as mulheres biologicamente identificadas, devem conter o cromossomo XX ou apresentar a ausência do Y em seu material genético, ou também ser comprovada a não existência do desenvolvimento sexual masculino.

Imane Khelif em seus treinamentos (Foto: Repdorução/ Redes Sociais)
Imane Khelif, da Argélia, em treinamento (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Confira a declaração completa da World Boxing

"Imane Khelif não poderá participar da categoria feminina na Copa do Mundo de Eindhoven, de 5 a 10 de junho de 2025, e em qualquer evento da World Boxing até que Imane Khelif seja submetida a um teste genético de sexo, de acordo com as regras e procedimentos de teste do World Boxing.

De acordo com os Estatutos do World Boxing, as alterações às Regras de Competição são normalmente feitas pelo Congresso. No entanto, em circunstâncias especiais ou emergenciais, o Conselho Executivo do World Boxing detém a autoridade para fazer alterações imediatas quando uma regra for considerada inoperante ou quando a evolução das condições exigir uma alteração.

Em maio de 2025, o Conselho Executivo exerceu essa autoridade e adotou novos critérios de elegibilidade para a participação em categorias de boxe específicas para cada sexo. Essas novas regras de elegibilidade foram desenvolvidas com o propósito expresso de proteger os atletas em esportes de combate, especialmente considerando os riscos físicos associados ao boxe de estilo olímpico.

Informamos que, de acordo com a política da World Boxing, “…caso a certificação de gênero do atleta seja contestada pela federação do atleta ou pela World Boxing, o atleta ficará inelegível para competir até que a disputa seja resolvida…”

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