Perto de completar um ano de Flamengo, Allan, enfim, pode dizer que está mais próximo de se tornar um pilar do time. Atrapalhado por lesões, o volante teve importante trabalho com a comissão técnica de Tite para se firmar no time e deixar mais complicada a disputa por vaga no meio do rubro-negro.

Dengue, cirurgia e outros problemas foram obstáculos para o reforço de R$ 48,849 milhões. Em cinco meses de 2024, o atleta já atuou mais do que em 2023. São 18 jogos, sendo 10 como titular. No ano ado foram 14 partidas, começando só cinco.

No anúncio de Allan, o Fla afirmava que ele chegava "para ser um dos pilares do Mengão". Havia a expectativa que a chegada sob o comando de Jorge Sampaoli fizesse o volante retomar os bons tempos, mas não foi isso que aconteceu.

A sequência de lesões atrapalhou a continuidade. Ele aproveitou pouco da curta fase boa de Jorge Sampaoli no clube e perdeu o começo de Tite no Flamengo, chegando a ser preterido para os jovens ainda em ascensão, como Igor Jesus e Victor Hugo.

O 'conjunto da obra' com Tite fez Allan retomar a confiança e o ritmo. São 10 jogos consecutivos como titular e uma briga que ficou mais complicada para Erick Pulgar, que estava lesionado e será desfalque na Copa América.

O treinador deixou claro que queria o Allan do Atlético de volta. "O Allan de hoje não é o Allan que conhecemos", diziam Tite e o preparador físico Fábio Mahseredjian ao volante.

Os problemas em sequência custaram ao meio-campista o melhor desempenho físico. Além de ser orientado dentro do clube, ele também intensificou os cuidados no dia a dia em casa, seja com alimentação ou com a recuperação acompanhado de profissionais particulares.

Allan se emocionou com a comissão ao rever momentos de alta no Atlético. A conversa serviu como motivação em uma fase onde era praticamente deixado de lado. "Humanamente ele se emocionou. Mas ele teve a hombridade", contou Tite em entrevista coletiva.

O Flamengo tirou o jogador de combate por 15 dias. Ou o "escondeu", como a comissão definiu. O objetivo foi fazer um trabalho específico de recuperação que envolvia o departamento médico, os preparadores físicos e a fisioterapia. Exercícios diários e de prevenção foram incluídos na rotina.

"É um conjunto da obra, não é uma coisa isolada. Se ele não tivesse a grandeza moral de a gente mostrar para ele, eu, o preparador físico. Nós temos que recuperar. Sermos francos, sinceros e dizer do jeito que nós falamos. Se não tiver a grandeza, não flui. É aquela situação atrás dos panos, que às vezes os caras pensam que ser técnico ou ter uma comissão técnica é escalar e treinar. Ela tem uma série de fatores, a gente quer a excelência. E trouxe para ele, a gente quer esse Allan. O Allan do Atlético-MG que fazia essa recuperação, que tinha essa marcação... Aí ele olhou e se emocionou", disse Tite.

Relembre os problemas de Allan no Flamengo

  • Ruptura da fáscia plantar do pé esquerdo em 13 de setembro. No período, o Fla aproveitou para fazer um procedimento cirúrgico para retirar uma calcificação óssea no tornozelo direito. Ele só voltou a ser relacionado em 29 de novembro e jogou em 6 de dezembro.

  • Reequilíbrio muscular e controle de carga. Flamengo informou em 14 de fevereiro que ele ficaria 12 dias fora para trabalhos específicos.

  • Em 18 de fevereiro, ele foi diagnosticado com dengue. Por isso, só retornou no dia 2 de março a ser relacionado. O primeiro jogo após isso foi saindo do banco no final de Flamengo x Fluminense na semifinal do Carioca.

  • Allan ficou fora contra o Bolívar. O clube afirmou que ele tinha traços falcêmicos que podem prejudicar na altitude. Por isso, não viajou.
    (Folhapress/Luiza Sá)