Opinião: Ancelotti foi uma ótima decisão; desafio é se adequar a uma rotina de treinador de seleção 6k6n31

Carlo Ancelotti foi uma ótima escolha da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apesar de, entre a escolha e a apresentação do treinador, nesta segunda-feira (26), o presidente da entidade já ter mudado, trazendo um pouco da realidade nacional para o treinador italiano. Aliás, vai saber, Ancelotti pode ter até um outro chefe no período que mais interessa para a CBF, a Copa do Mundo. Mas, saindo dos bastidores, quais são os benefícios da contratação do histórico comandante de Real Madrid, Milan, Chelsea e tantos outros clubes de ponta?

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Pensando em um treinador que já está acostumado a lidar com estrelas e que é capaz de montar suas equipes usando uma variação necessária de sistemas, é uma ótima decisão. Experiente, já comandou equipes de peso em países diferentes e está acostumado a tratar com jogadores brasileiros de primeiro nível, o que pode ser importante neste momento. Por outro lado, tem pouco conhecimento do futebol praticado no Brasil, o que, por mais que a seleção seja montada basicamente no exterior, pode pesar contra.

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Além disso, é muito diferente trabalhar em um clube do que em uma seleção. Ele vai ter muito menos contato com os jogadores no dia a dia. Os encontros são poucos ao longo do ano e, ainda assim, com poucos dias de trabalho efetivo. Os jogadores, de forma geral, são submetidos a longas viagens, o que impacta também no tempo real de treino, pois precisam de um período de descanso. Se vai observar melhor os jogadores que atuam na Europa, pela sua experiência, ainda está longe de entender a realidade local, o que pode limitar um pouco seu trabalho.

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O futebol hoje é muito mais universal do que todos imaginam. A própria seleção brasileira, há décadas, é formada por jogadores que não atuam no país. O Brasil, hoje, não tem um treinador de nível mundial que tenha as características de Ancelotti, o que não signfica que todas as opções nacionais são ruins ou incapazes de dirigir a seleção. Eu não vejo problema algum de ser um técnico estrangeiro, fato que foi acelerado pela globalização do futebol e também pelos resultados ruins que foram obtidos pelos treinadores locais nos últimos anos. Vale, e muito, essa tentativa com um profissional com uma visão mais ampla. Não é sinônimo de que vá dar certo, mas, no momento, as possibilidades são maiores do que em relação aos locais.