BRASÍLIA - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) informou que vai pedir licença não-remunerada de seu mandato por tempo indeterminado, após o anúncio de que ela deixou o Brasil. Nesta quarta-feira (4), ela teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Caso sua licença parlamentar exceda o período de 120 dias, ela será substituída na Câmara dos Deputados por seu suplente, Coronel Tadeu (PL-SP). Em uma live na terça-feira (3), ele afirmou ficar “até um pouco triste” pela situação.

“Provavelmente, em alguns dias, serei chamado na Câmara dos Deputados e vou assumir o cargo, representando os meus eleitores e os eleitores da Carla Zambelli. Eu jogo em um time, e a Carla Zambelli está no meu time”, disse.

Coronel da Polícia Militar de São Paulo, o suplente de Zambelli foi deputado federal de 2019 a 2022, após ter sido eleito com 98 mil votos em 2018. Nas eleições de 2022, concorreu novamente ao cargo, mas obteve 61 mil votos e não se reelegeu.

Durante seu primeiro mandato na Câmara, fez parte da bancada fiel ao governo Jair Bolsonaro - primeiro, pelo PSL, extinto pela fusão que originou o União Brasil; e depois, pelo PL, acompanhando o então presidente na migração para a legenda.

Polêmicas no mandato

Em novembro de 2019, Coronel Tadeu ganhou notoriedade ao quebrar um cartaz com uma charge em uma exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra, na Câmara. 

O material continha uma charge que mostrava um policial se afastando com uma arma na mão logo após atirar em um jovem algemado e caído no chão. Trazia, ainda, os dizeres “o genocídio da população negra” e uma crítica à violência policial no país, além de dados sobre a prevalência de jovens negros entre essas vítimas.

Na época, foi alvo de uma representação no Conselho de Ética, e foi punido com uma censura verbal. O parlamentar afirmou não se arrepender do ato, dizendo que o cartaz ofendia a Polícia Militar.

No mesmo período, teve desavenças com colegas de seu partido durante o processo de dissolução do PSL, com críticas aos parlamentares que articulavam uma debandada da legenda. Tadeu chegou a ser, inclusive, “desconvidado” de uma reunião com Bolsonaro e aliados no Palácio do Planalto.

Já no fim do mandato, em novembro de 2022, teve sua conta do Twitter (atual X) retida pela plataforma por ter feito publicações que questionavam o resultado das eleições e insinuaram a ocorrência de fraudes no processo.