BRASÍLIA - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou os resultados do primeiro turno das eleições que indicam uma vantagem de partidos da direita, liderados ou que sinalizam relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), frente às siglas de esquerda, apoiadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  

Segundo Padilha, é preciso analisar a frente ampla liderada por Lula, que reúne “partidos que apoiaram o governo” e que derrotou “ícones da extrema direita”. O ministro se referiu aos partidos que compõem a base do governo, especialmente com cargos no primeiro escalão, mas não têm unanimidade em seus quadros para apoio a Lula – e às vezes fazem, inclusive, oposição. 

“Às vezes tentam diminuir o tamanho do governo. O governo do presidente Lula constituiu uma frente ampla com partidos que apoiaram o governo no primeiro e no segundo turno e depois do dia 8 de janeiro. Teve um crescimento dos partidos que apoiam o governo”, disse, frisando que há um “enraizamento importante” de siglas que apoiam o presidente. 

O ministro informou que o balanço foi feito em uma reunião comandada por Lula na manhã desta segunda-feira (7) com sua equipe de articulação política. Essa frente, segundo Padilha, "derrotou Bolsonaro no ninho dele, na casa dele no Rio de Janeiro, derrotou o sanfoneiro do Bolsonaro em Recife e vai derrotar esses ícones da extrema direita no segundo turno”. 

O ministro se referiu diretamente à derrota de Alexandre Ramagem (PL) para Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ) e de Gilson Machado (PL) para João Campos (PSB) em Recife. Ambos disputavam o comando de Prefeituras e perderam no primeiro turno, realizado neste domingo (6). 

Na visão de Padilha, essa frente ampla também deve favorecer o governo no segundo turno. O ministro citou as disputas que serão realizadas em Fortaleza (CE), Belém (PA) e em Belo Horizonte (MG). Na capital mineira, Bruno Engler (PL) disputará com Fuad Noman (PSD). 

“Sabemos da força dessa extrema direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora acreditamos que no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula tem todas as condições de derrotas, inclusive, essas lideranças de extrema direita”, declarou. 

O resultado do primeiro turno divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que dois candidatos à prefeitura apoiados pelo atual presidente conseguiram vencer o pleito e outros cinco disputarão o segundo turno no último domingo do mês, dia 27 de outubro. Bolsonaro elegeu seis aliados no primeiro turno, e outros 14 irão ao segundo turno. 

Resultado do PT

Sobre o desempenho isolado do PT, Padilha disse que é preciso avaliar o crescimento do partido em relação a 2020, quando 178 prefeitos foram eleitos. Neste primeiro turno, a sigla conseguiu vitória em 248 cidades e conseguiu ampliar sua presença em 40%.  

O PT ficou em nono lugar no ranking de partidos com mais vitórias para o comando de Prefeituras neste ano – a liderança segue com PSD, que elegeu 877 prefeitos. O partido de Lula também conseguiu reverter um histórico de queda depois do pleito de 2012, quando 629 prefeitos do PT foram eleitos – o melhor resultado municipal em 24 anos.