BRASÍLIA — A Comissão de Ética Pública, que pertence à Presidência da República, marcou uma reunião emergencial nesta sexta-feira (6) diante das denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
As acusações vieram a público na quinta-feira (5) à noite em matéria do colunista Guilherme Amado, do Portal Metrópoles, e uma das vítimas, segundo ele, é a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A reunião entre os sete membros da Comissão de Ética é virtual e não consta na agenda. O grupo é responsável por fiscalizar o cumprimento do código de conduta por autoridades do governo — ministros, por exemplo. Os encontros são mensais. O próximo estava marcado apenas para 30 de setembro.
Ainda na quinta-feira à noite, o Planalto designou o controlador-Geral da União, Vinícius Carvalho, e o advogado-Geral da União, Jorge Messias, para ouvir o ministro Silvio Almeida sobre as denúncias. O governo reconheceu, em nota, a gravidade das acusações.
“O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, publicou a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula (PT).
As denúncias contra Silvio Almeida ameaçam a permanência do ministro no cargo, e a tendência é que o governo decida afastá-lo. Nesta sexta, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, publicou uma foto em apoio à ministra Anielle Franco.
O ministro nega as denúncias. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, declarou.