DENÚNCIAS

Governo reconhece ‘gravidade das denúncias’ contra Silvio Almeida e chama ministro para se explicar

O ministro prestou esclarecimentos sobre as denúncias de assédio sexual, na noite de quinta-feira, aos chefes da CGU e da AGU; a Comissão de Ética também abriu apuração

Por Lucyenne Landim
Atualizado em 06 de setembro de 2024 | 13:04

BRASÍLIA - A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República itiu, na noite de quinta-feira (5), a “gravidade das denúncias” de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Segundo o órgão, o ministro foi chamado, ainda na noite de quinta-feira, para dar explicações sobre o caso aos chefes da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. 

“O próprio ministro Silvio informou que irá encaminhar ofício à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República para que investiguem o caso.  A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração”, informou a Secom por meio de uma nota publicada às 23h18 de quinta-feira.

O comunicado diz ainda que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que “o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”.

Também na noite de quinta-feira, a organização Me Too Brasil divulgou uma nota confirmando as acusações de assédio sexual feitas por mulheres contra Silvio Almeida, mas não divulgou a identidade das vítimas. O caso foi publicado, inicialmente, pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.  

De acordo com a entidade, as mulheres buscaram apoio por meio dos canais de atendimento da organização, pelos quais receberam e psicológico e jurídico. O movimento acrescenta que elas decidiram confirmar o caso à imprensa, cientes das dificuldades em obter respaldo institucional para validar as denúncias.

Segundo o Metrópoles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, teria sido uma das vítimas do assédio no ano ado. A pasta comandada por ela ainda não se manifestou sobre o ocorrido.  

Silvio nega as acusações

Por meio de nota oficial e de um vídeo publicado nas redes sociais, Silvio Almeida chamou as acusações de mentiras. No texto, ele cita o respeito que tem pela mulher e a filha e diz que a denúncia não tem materialidade e se trata de “ilações absurdas” com o objetivo de prejudicar sua trajetória e as causas que defende.  

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. (...) Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, frisa no texto. 

Ele também adiantou que vai pedir investigação do caso. “Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso”, afirmou.