-
Após revés, líder do PL diz que oposição 'não abre mão' de derrubar decreto de Lula sobre IOF
-
Departamento de Justiça dos EUA enviou carta a Moraes alertando sobre bloqueio de perfil em rede
-
Bolsonaro afirma que "precisamos da ajuda de terceiros"; entenda
-
Primo de Nikolas é preso com 30 quilos de maconha em Uberlândia
-
Moraes manda intimar ex-comandante do Planalto após ausência em depoimento sobre tentativa de golpe
Lula vai conversar com Anielle antes de decidir destino de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual
PF vai abrir inquérito e o governo reconheceu a “gravidade” das denúncias, abrindo uma apuração, a cargo da Comissão de Ética da Presidência

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve tomar uma decisão sobre a permanência ou saída do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, nesta sexta-feira (6), acusado de assédio moral e sexual. Antes, o petista vai ouvir a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela seria uma das possíveis vítimas.
A denúncia veio à tona na quinta-feira (5), após o portal Metrópoles revelar que a organização Me Too Brasil havia decidido divulgar os casos, sem dar nomes das vítimas. Foi o site que publicou que Anielle seria uma das vítimas de assédio sexual. A ministra não havia se pronunciado até a manhã desta sexta-feira.
Segundo a Me Too Brasil, as mulheres enfrentaram dificuldades para “obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”. Devido a esses obstáculos, considerados frequentes pela Me Too em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, as denunciantes autorizaram a divulgação do assunto na imprensa.
Silvio Almeida negou as acusações, que afirmou fazerem parte de uma “campanha” para afetar a sua “imagem enquanto homem negro em posição de destaque no poder público”. Ele exigiu as provas e afirmou que vai pedir ao Ministério da Justiça, à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) que apurem o caso.
A Polícia Federal (PF) vai investigar as denúncias contra o ministro dos Direitos Humanos. “[Vamos iniciar a investigação] por iniciativa própria, ainda não recebemos representação”, afirmou o diretor-geral da instituição, Andrei os Rodrigues, em entrevista à GloboNews, na manhã desta sexta-feira (6).
Já o governo reconheceu a “gravidade” das denúncias e abriu uma apuração, a cargo da Comissão de Ética da Presidência. “O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz nota da Secretaria de Comunicação (Secom).
O ministro foi chamado na noite de quinta-feira pelo controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, para prestar esclarecimentos, segundo o governo.
Lula e Janja já sabiam das denúncias
Integrantes do governo Lula dizem que as denúncias contra Sílvio Almeida circulam nos bastidores há ao menos sete meses, chegando ao conhecimento do presidente e da primeira-dama, Janja da Silva.
Ciente disso, Almeida teria contratado advogados e reuniu provas para se defender. Por meio de nota oficial e de um vídeo publicado nas redes sociais na noite de quinta-feira, ele chamou as acusações de mentiras.
No texto, o ministro cita o respeito que tem pela mulher e a filha e diz que a denúncia não tem materialidade e se trata de “ilações absurdas” com o objetivo de prejudicar sua trajetória e as causas que defende.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. (...) Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, diz no texto.