A Sul-Americana se foi para o Cruzeiro. Enfim... Quando o clube estabeleceu que seu foco não era mais a disputa da competição, sendo eliminado precocemente de um torneio tão ível — ao menos no que diz respeito à fase de grupos —, já era esperado que os jogos fossem bem arrastados, com Jardim, sabiamente, rodando o time para testar jogadores e lançar garotos. Amistosos de luxo.

Mas este último jogo foi dureza. E, mesmo assim, temos que destacar a torcida celeste. Quase 21 mil pessoas compareceram ao Mineirão para acompanhar uma partida apenas para cumprir tabela. Um público excepcional, que já demonstrou seu apoio ao elenco para o que, de fato, interessa: o jogo de domingo contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, também no Gigante da Pampulha.

O que tirar de bom de uma partida em que o Cruzeiro teve duas finalizações no alvo em 11? Primeiro, os crias da Toca. Qualquer oportunidade de ver esses garotos em ação é válida — ainda mais ganhando rodagem em uma competição internacional.

Depois, falar de Walace. O volante não conseguiu se firmar como titular desde sua chegada à Toca da Raposa na temporada ada e, com razão, recebe críticas da torcida. Seu futuro é incerto no clube, ainda mais com a proximidade da abertura da janela de transferências. Mas futebol é isso: quando a fase é boa, a confiança cresce, e até mesmo os esquecidos tornam-se novamente lembrados.

É lógico que o nível de amostragem é bem inferior, frente a um time que já soma nove jogos consecutivos sem vitórias. A fragilidade do Santa Fe é notória, mas Walace cumpriu bem seu papel. E quem sabe o mister não consiga encontrar uma maneira de recuperá-lo, assim como fez com outras peças preteridas do elenco? Vamos aguardar a abertura da janela para ver os próximos capítulos de Walace no Cruzeiro — ou não.

Com a etapa Sul-Americana concluída, o foco a a ser totalmente no Brasileirão e na Copa do Brasil. Já são 10 jogos de invencibilidade e a certeza de que o mister tem um plano. Será fundamental que ele seja colocado em prática contra um Palmeiras recheado de estrelas, que cumpriu seu papel com excelência na Copa Libertadores, classificando-se com 100% de aproveitamento.

Mas o Cruzeiro tem suas armas, tem seus méritos e tem tudo para colocar o time de Abel em apuros. Será uma interessante batalha tática entre um português consolidado no futebol brasileiro e um conterrâneo apontado como um dos melhores que aqui já pisaram. Este jogo de xadrez pode definir a ponta da tabela. E como é bom ver a Raposa de cabeça erguida nesta disputa. Este é o DNA do clube.