ASSÉDIO SEXUAL

Oposição cobra afastamento de Silvio Almeida e exige explicações do ministro no plenário da Câmara

Ministro dos Direitos Humanos é alvo de denúncias de assédio sexual, e a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar as acusações

Por Lara Alves
Atualizado em 06 de setembro de 2024 | 13:10

BRASÍLIA — Políticos de oposição têm cobrado o afastamento do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, alvo de denúncias de assédio sexual que vieram a público nessa quinta-feira (5), e deputados de PL, PP e União Brasil exigem que ele dê explicações no plenário da Câmara sobre as acusações.

Dois requerimentos foram apresentados nesta sexta-feira (6), e cabe ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidir se irá pautá-los para votação.

O primeiro é da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), e 11 parlamentares o assinam. O segundo foi protocolado por Marcos Pollon (PL-SP). No âmbito do Senado, Magno Malta (PL-ES) protocolou um requerimento para ouvir o ministro na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. O presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), que pertence à base do governo, decidirá se pauta ou não o requerimento para votação. A próxima reunião do colegiado ainda não foi marcada.

Pelas redes sociais, a senadora Damares Alves (PL-DF), cobrou a exoneração de Silvio Almeida. “Quero ver se esse governo, que se diz do amor, defende mesmo as mulheres”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais ainda na quinta à noite. Os também senadores Ciro Nogueira (PL-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apelaram pela saída do ministro. “Se o ministro continuar no cargo após assediar mulheres, Lula vai decretar que em seu governo assédio é direito humano?”, perguntou. 

O colunista Guilherme Amado revelou nessa quinta-feira denúncias recebidas pelo Me Too Brasil contra o ministro dos Direitos Humanos.

Segundo o jornalista, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é uma das mulheres assediadas. Ainda à noite, o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, estiveram com Silvio Almeida a pedido do Planalto. 

“O governo reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, manifestou a presidência em nota.

A permanência de Silvio Almeida no cargo está ameaçada. O governo avalia o futuro do ministro no cargo, e a tendência é que ele deixe a Esplanada dos Ministérios.

O ministro nega as denúncias e disse, em nota, que as acusações são 'ilações absurdas'. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, declarou.