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PF investiga ameaças de morte a servidores do Iphan por causa de fiscalização em cidade histórica
Chefe do escritório local do Iphan registrou boletim de ocorrência após receber ameaças de morte de donos de casarões históricos
BRASÍLIA – A Polícia Federal investiga ameaças a funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pirenópolis (GO) por causa do trabalho de fiscalização para impedir a descaracterização do casario colonial da cidade. Com pouco mais de 26 mil habitantes, ela fica a 120 km de Goiânia e 150 km de Brasília.
A chefe do escritório do Iphan no município registrou boletim de ocorrência após receber ameaças de morte, supostamente feitas por donos de casarões históricos. Dois deles foram intimados pela PF nesta quarta-feira (21) para prestar depoimento.
As ameaças ocorreram por causa da fiscalização mais rigorosa do Iphan para combater a modificação de imóveis tombados sem autorização do órgão. Agentes da PF estiveram no escritório do instituto em Pirenópolis para ouvir servidores do órgão e colher documentos.
Com casarões dos séculos 18 e 19, o centro histórico de Pirenópolis é protegido por tombamento federal. Por isso, qualquer intervenção, mesmo a pintura das fachadas ou a instalação de placas, exige prévia autorização do Iphan.
Tombada como conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo Iphan em 1989, Pirenópolis conta com, além dos casarões, igrejas do século 18. Ao redor da cidade há dezenas de cachoeiras, que recebem milhares de turistas nos fins de semana e feriados.
Há outros prédios de relevante beleza arquitetônica, como o Teatro de Pirenópolis, de estilo entre o colonial e neoclássico, de 1899, e o Cine Teatro Pireneus, em estilo art-déco, de 1919, além da Casa de Câmara e Cadeia construído em 1919 como réplica idêntica do original de 1733.
Cidade começou a viver do turismo após construção de Brasília
Pirenópolis surgiu com a descoberta de jazidas de ouro por bandeirantes portugueses e paulistas nas proximidades do Rio das Almas, nas primeiras décadas do século 18. Primeiro, a localidade recebeu o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, em 7 de outubro de 1727.
Em 1732 com a inauguração da Capela Nossa Senhora do Rosário, construída a partir de 1728 e elevada a Matriz em 1736, a fama das riquezas de ouro atraíram mais portugueses, e a povoação ao se expandir rapidamente, ou a ser o centro de toda a região e cabeça de julgado.
Com o curto ciclo de ouro em todo Goiás, terminado ainda no século 18, Pirenópolis entrou em decadência. A partir da inauguração de Brasília,em 1960, a cidade goiana ganhou nova vocação: o turismo. A partir dos anos 1990, houve um boom de pousadas e restaurantes.