O Estúdio: Uma sátira de Hollywood com bom humor e críticas afiadas
Produção acompanha os bastidores de um grande estúdio fictício, entre caos criativo e dilemas comerciais
Se você já se perguntou como funciona o dia a dia em um grande estúdio de cinema, O Estúdio pode ser a resposta — ainda que com uma boa dose de exagero. A série acompanha Matt Remick (Seth Rogen), um apaixonado produtor que é alçado ao cargo de chefia da fictícia Continental Studios após uma reestruturação na empresa.
Logo nos primeiros episódios, fica claro que o novo cargo é um campo minado. Entre projetos arriscados, egos inflados e crises internas, Matt precisa encontrar um equilíbrio entre sua vontade de valorizar a arte e a pressão por resultados rápidos em uma Hollywood dominada por franquias, bilheterias e acordos comerciais.
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Cada episódio, um novo pesadelo da indústria
Com uma narrativa ágil, montagem enérgica e direção que explora planos longos, a série não se contenta em apenas rir da indústria. Cada episódio aborda um problema clássico (e atual) da produção cinematográfica, como:
- Conflitos entre diretores e executivos por conta de cortes criativos ou aprovações de projetos;
- Dificuldades técnicas em filmagens ambiciosas;
Crises de imagem envolvendo elenco e cancelamentos em redes sociais; - Batalhas de ego entre produtores e celebridades;
- Eventos e premiações que mais parecem armadilhas de relações públicas.
Essa abordagem episódica dá ritmo à história e permite que a série explore diversas camadas da indústria cinematográfica, com humor ácido e uma boa dose de constrangimento.
Participações especiais e realismo exagerado
O elenco principal segura bem a tensão entre o nonsense e a credibilidade, mas o grande charme está mesmo nas participações especiais. Vários nomes conhecidos de Hollywood fazem aparições como versões caricatas de si mesmos, o que aumenta o realismo da sátira ao mesmo tempo em que escancara os absurdos do meio.
Realismo que também é percebido com o uso de locações e figurinos que remetem muito aos bastidores de produções cinematográficas, além de uma mescla de informações reais da indústria (programas, eventos e empresas), com a inserção dos filmes desenvolvidos pela Continental, e os dilemas que eles carregam.
A direção e a trilha sonora são dois pontos que também merecem destaque: ambas trabalham para criar uma sensação constante de urgência e improviso, reforçando o caos por trás de cada decisão tomada no calor do momento.
Prepare-se para rir (e sentir um pouco de vergonha alheia)
Apesar do bom ritmo e dos ótimos momentos de crítica, vale o alerta: há muita vergonha alheia envolvida. Isso faz parte do charme da série, mas pode incomodar quem tem menos tolerância a situações constrangedoras.
Se você gosta de tramas sobre os bastidores do entretenimento, curte um bom humor ácido e não se importa em rir de situações desconfortáveis, O Estúdio pode ser uma excelente pedida. A série está disponível na AppleTV+, com sua primeira temporada completa.
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